Alcoitão

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um dia partirei
Mas não avisarei
Paciência, não mais conseguirei
Só sei, que um dia partirei

Coisa ditas
Não são escritas
Coisa escritas
Não são prometidas
Coisa prometidas
Nem sempre conseguidas

Momentos vividos
Não serão esquecidos
Sendo ou não comprometidos
São sempre entendidos

Um dia saí
Contava voltar
Mas não regressei
Quando alguém me deixou acordar
Eu pensei mas não quis acreditar
Agora que sei, apenas me deixam sonhar.

Carlos T. Pinho 09/03/2011

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Alcoitão


Olá, não sei como mas este vídeo apesar de algum tempo ainda não tinha sido colocado aqui no blog, aqui fica então o vídeo mesmo aqui por cima no topo do blog. Junto com o vídeo gostaria de dizer que jamais todo o percurso até hoje alcançado seria possível sem os excelentes profissionais que me acompanharam, desde os Auxiliares que têm também um papel bastante importante, até ao Médicos, estes que lideram a equipa. Foi com bastante bem estar e precisão da parte do Fisioterapeuta em Alcoitão que cheguei aqui até este vídeo (onde ele próprio faz a sua parte distracção), neste que marca o meu segundo internamento de igual período de 4 meses, onde se melhorou algumas coisas que já tinham sido trabalhadas, nunca esquecendo o trabalho de Enfermeiros, outros Fisioterapeutas acompanhantes e Auxiliares, estes que nos dão sempre o bem estar da casa e a boa disposição assim que entramos no ginásio de fisioterapia ou qualquer outra divisão do Hospital.
Sem toda esta percistência da parte de todos, apoio e trabalho não seria possível para mim nem para ninguém, ninguém trabalharia sozinho conseguindo resultados. Isto claro sem esquecer amigos e família que como já referi aqui têm sempre um papel principal, não só nas alturas mais complicadas mas sim na vida!

Carlos T. Pinho 15/12/2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ovar 2010-12-06 - A Habitovar


Foi para um polivalente repleto de crianças, que o painel de intervenção foi aberto por Tiago Pinho, jovem paraplégico que contou como ultrapassou as dificuldades iniciais da limitação física, sublinhando a importância dos familiares e amigos no encorajamento pessoal, que souberam estar a seu lado nas ocasiões de maior desalento. O convidado lembrou os primeiros momentos em que tomou consciência do seu estado, tendo reforçado a ideia de que uma pessoa não consegue nada na vida, se trabalhar isoladamente.


A sua história de vida suscitou muita curiosidade junto das crianças, às quais respondeu sempre com um sorriso animado pelo interesse posto nas perguntas, particularmente relativas às necessidades físicas de adaptação das condições de mobilidade, bem como acerca das competências empregues nas deslocações de automóvel entre Avanca e Aveiro, cidade na qual se encontra a ter formação no Curso de Medições e Orçamentos, na Associação Industrial do Distrito de Aveiro.


Em seguida interveio a Dra. Gisela Folques, em representação da Cercivar, que apresentou as valências da entidade e mencionou os respectivos departamentos prioritários de intervenção. Como psicóloga responsável pelo sector profissional, disse tratar-se de uma instituição dirigida não só ao acompanhamento de casos de pessoas com deficiência, em variados graus, mas a toda a comunidade, já que nas oficinas se procede à produção e reparação de peças de diversos materiais.


Esta actividade, incorporada no Plano Anual e dinamizada pela Associação de Pais, contou com a estreita colaboração do Corpo Docente e mobilizou a comunidade educativa, que se empenha na comemoração da efeméride com o objectivo de promover nas crianças a aceitação da diferença, incutindo-lhes princípios basilares de cidadania.

Nesse sentido, e a concluir a palestra, o Presidente da Associação de Pais frisou que a diferença não assusta nem deve ser motivo de qualquer receio, dado que pode enriquecer-nos enquanto indivíduos, desde que saibamos como a integrar em nós e no mundo que nos rodeia.


Texto de Hélder Ramos

Fotos de Guilherme Enguião

sábado, 4 de dezembro de 2010


Como já não actualizo à algum tempo decidi voltar a escrever, o tempo não tem sido muito para me dedicar a textos como gostaria mas nunca deixei de passar por cá..


A força nem sempre é reflectida, nem sempre é mostrada perante o "ar" que nos rodeia, sendo assim a tristeza que nos supera mais facilmente, porque o medo de desiludir é grande. A necessidade de sair, de mudar, da tristeza que será ultrapassada pelo "ar" sempre irá estar presente até um dia a coragem ordenar. A necessidade de sentir resultados rapidamente é atropelada muitas vezes pela negação que não queremos e pela tristeza de superação que não é alcançada. A necessidade de continuar e o medo do que amanhã se vai encontrar é tão forte que a ansiedade é aumentada de tal maneira que se perde o rumo... A negação do que já existiu é a ferida que aumenta cada vez mais e cada vez mais, havendo sempre a hipótese de dar a volta e sem sempre ambos lutarem pelo mesmo, mesmo sendo isso o merecido.


Nunca é tarde para seguir em frente nem nunca é tarde para sentir a necessidade de continuar o que está certo, nunca é tarde para falar abertamente, para reconhecer, para olhar à volta e perceber, para sentir, para reflectir, nunca é tarde para sonhar, nunca é tarde para realizar, nunca é tarde para mudar!


Nunca digas Nunca!...


Carlos T. Pinho 04/12/2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

27-4-2010 - 2 Anos



Faz hoje dois, dois anos transformados, dois anos de alegrias e também de tristezas. Dois anos rápidos e com passagens que marcam memórias menos boas na vida. Contudo o pensamento é só e apenas no Futuro, futuro este que será trabalhado para dias e momentos cada vez melhores. Pensamento concentrado no pesadelo que me mudou à dois anos, mas também pensamento concentrado que à dois anos a trás e mesmo à um ano a trás estava pior, por isso pensamento positivo de que pior não se pode estar e que o pior já passou, pelo menos é nisso que temos de acreditar! O futuro ninguém sabe, mas acreditar e confiar que será melhor é o primeiro degrau alcançado para uma longa escadaria pela frente onde o objectivo é somente subir e nunca descer.

C. Tiago, 27-04-2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Esta foto é de um desfile de roupa adaptada em Alcoitão durante este meu 2º internamento.
(Vídeo disponível na página, em baixo.)
6-01-2010

Alcoitão, 2º internamento que ainda dura. 6-01-2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O Mundo






"O mundo é redondo e quando achamos que chegamos ao fim, este pode apenas ser o princípio!"



Um problema pode chegar para abanar uma vida, mas não para terminá-la. Enfrentar um problema é saber encontrar um melhor caminho a seguir, onde podemos encontrar melhores dias, pessoas, lugares... O fim chega sem avisar, mas vai haver sempre um princípio onde oportunidades não faltarão para corrigir o que de errado deixamos. Quando menos esperamos há sempre algo que nos complica o que está bem, mesmo quando pensamos que nada pode correr mal, achamos que nada podemos fazer para continuar já não existem forças nem coragem para seguir em frente, mas lá no fundo temos vontade...
Esse é sempre o princípio que temos de seguir!



Carlos T. Pinho 6-01-2010


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Leiria 4-10-2009




Dia 4-10-2009 estive presente em Leiria num encontro nacional ClubDtr e motos 2 tempos, passei um dia revivendo memórias que tenho de tempos passados e que belos tempos. Foi me dada a oportunidade de subir pela primeira vez depois do acidente a uma Dtr125 (mota com que tive o acidente) para poder sentir o prazer de subir a uma mota de novo. Tive também a oportunidade de dar uma volta, não é impossível, eu queria e sabia que era possível Amigos juntaram-se para que eu pode-se satisfazer esse prazer e assim foi, ANDEI DE MOTA DE NOVO! Durante 5/7 minutos aquele momento foi único, reviver as memórias que por mais que me custe é difícil voltar a passar. A mensagem que passei é que todos temos de aproveitar os momentos que a vida nos dá, porque amanha não sabemos se será possível, viver é hoje, reviver é amanha! Ninguém está livre de nada e as coisas não acontecem apenas aos outros, porque não aproveitar enquanto podemos? Nunca teria passo pela cabeça voltar a subir uma mota afinal olhava para mim e acharia que seria difícil, não seria capaz, como se costuma dizer "já lá não ia das pernas", mas ao mesmo tempo não iria desistir porque ainda nem tinha tentado, afinal foi possível, se é possível porque não? Se podemos porque não? Há tanta gente que quer e não pode? Tanta gente que toma o lugar que outros gostariam tanto de ter e mesmo assim não aproveitam enquanto podem! O que disse e digo foi APROVEITEM enquanto a vida vos deixa e permite! Aproveitem com limites claro, com regras claro, com cuidados porque não somos só nós que andamos cá, mas acima de tudo APROVEITEM! Viver é com o que temos e não com o que os outros têm, pode ser pouco, mas se aprender-mos a viver com pouco é sempre possível fazer muito!


Carlos T. Pinho - 5/10/2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O melhor ou pior?

Devemos sempre querer ser melhor. Mas nunca somos o melhor, não somos os piores mas tu também não és o melhor. Eu sou o melhor dos piores e para mim já chega, porque sei que não sou o pior!

Carlos T. Pinho 28-09-2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Desabafo...

Já andei, já dancei, corri e saltei, agora estou da forma como nunca antes pensei.

O céu, as estrelas, as nuvens ficaram um pouco mais longe das minhas mãos, mas já mais deixarei de tocar nelas.

A vida nem sempre é como queremos, pois se fosse não haveria objectivos, assim sendo eu ainda tenho os meus…

O par de sapatos passou a uma rodas, quatro rodas neste caso, não há problema, não caminho mas as mãos ajudam a deslizar.

Deslizando pelas ruas que só me dão obstáculos, mas é como digo se tudo fosse fácil eu não chegaria ali à frente de certeza.

Tudo na base do mundo ficou mais perto de mim, não só ao toque por me sentir mais perto mas sim ao coração que ficou mais frágil.

Não, não há diferença basta a cabeça funcionar, só me sinto mais rasteiro quando quero ver algo a minha frente e as pessoas não se desviam, o que não quer dizer que também não chegarei lá.

A importância somos nós que a fazemos e damos, tendo isto em conta não vou dar ainda mais importância ao que de pior existe.

Coisas más existem, evitar não se pode, mas sim encara-las sorrindo.

O sorriso não serve apenas para agradarmos mas para eliminar o que de mal existe, um sorriso vale mais do que tudo de valor que há para dar.

Duas, três, quatro rodas, podem levar-me a muito lado, mas a dedicação e o pensamento positivo leva-me ainda mais longe.

Mais longe do que eu pensava, mais perto do que eu não esperava, afinal tudo está tão perto quando realmente queremos e acreditamos.

O tempo por vezes engana, faz-nos parecer que temos tempo para tudo e quando olhamos para traz afinal não tivemos tempo para nada.

O desabafo traz-me liberdade, a liberdade que preciso para continuar, a liberdade que vai deixando o espaço que preciso para correr e ser feliz!

Um desabafo meu...

Carlos T. Pinho

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Passou um ano!

... o tempo passa, os dias não param, as horas voam e as feridas permanecem. O olhar ao espelho, a sombra reflectida no chão e nas paredes continua igual. Posso dizer que sinto o coração mais pequeno, não pela falta de apoio mas sim por ainda não poder fazer o que fazia e gostava, logo eu que o meu feitio não me permite respirar de alívio enquanto um sonho não passar à realidade. Um ano atrás e entrava eu no hospital, os meus olhos não viam o que se estava a passar mas choravam de dor e tristeza que o coração transmitia, não sentia a dor física, não podia acordar do pesadelo, mas o tempo esse não parava à minha volta. Um ano que faz passar muita coisa pelo pensamento, muitos obstáculos e muitas metas traçadas. Cada meta ultrapassada é sempre sinal de mais um obstáculo pela frente, cada passagem pela porta de saída de casa é sinal de mais uma aventura. Os maus momentos são aqueles em que mais aprendemos na vida, aprendemos a dar valor a coisas que não dávamos, aprendemos à força a não pensarmos apenas em nós, assim como saber olhar e chamar atenção até das coisas que não nos saltam à vista e que estão tão perto. E se de um dia para o outro muita coisa pode mudar, num ano a vida dá a volta. Ultrapasso todos os dias as dificuldades e vivo para esquecer a cadeira, só porque quero um dia ser feliz!... Hoje (27-04-2009), faz um ano que um carro contra a mão me atirou para uma cama de hospital, criou um pesadelo, quase me tirou a vida, deu-me uma cadeira de rodas e interrompeu um passeio que um dia quero continuar....

A todos, Muito Obrigado!

Carlos T. Pinho

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Carta / História

Chamo-me Carlos Tiago Pinho, estou paraplégico devido a um acidente de mota em 27 de Abril de 2008. A prenda atrasada que tive aos 19Anos pois o dia do meu aniversário é o dia 4 do mesmo mês.
Sempre gostei de motas, desde pequenino é uma paixão que eu tenho. Em 2005 decidi trabalhar, tinha 16Anos, estava a tirar a carta e queria uma mota, comprei então a mota que tanto queria que era uma Dtr125. A partir desse momento a paixão e conhecimento foi aumentando, foi também o meio que consegui para me deslocar devido a idade que tinha na altura. Sempre gostei dos convívios motards e a quantidade de amigos que conheci através de fóruns na internet como o ClubDtr onde todos os dias um pouco pelo país todo se partilham momentos e opiniões entre pessoas da mesma idade e com os mesmos gostos das duas rodas.
Sempre com os meus objectivos levava uma vida normal de um jovem de 16Anos que optou por trabalhar, o tempo e os anos foram passando, aos 18Anos tirei carta de carro e passado algum tempo comprei carro também. Achava eu que estava a conseguir ir aos poucos ao encontro dos meus objectivos agora que tinha mota, carro, trabalho, divertia-me, posso dizer que tinha aquilo que qualquer jovem da minha idade gostaria de ter. Até que chegaram os 19Anos e logo cheios de tristes surpresas. Dia 4 de Abril dia do meu aniversário e o mês que eu mais gostava, tudo corria bem e eu mal adivinhava que se aproximava o dia do meu maior pesadelo e o dia que mudaria a minha vida. Foi no dia 27 de Abril, um domingo e que belo dia de sol, quando decidi voltar a sair de mota da parte da tarde e aproveitar o resto de domingo. Sem nada combinado como era normal saí de casa sem destino, ou melhor com ele marcado mas sem eu sequer imaginar. Encontro num café da terra um grande amigo e daí combinamos mais um dos muitos passeios que fizemos juntos. Então decidimos ir até a zona de Cinfães onde tudo acontece, numa curva sou surpreendido por um carro contramão e só me lembro que o choque foi muito violento. Desde esse dia não me lembro de mais nada até 6 dias depois quando acordei do coma. Quando acordei tinha consciência que tinha tido um acidente de mota mas não tinha noção do estado em que estava e mal eu sabia que tinha corrido risco de vida, só quando começo a tentar mexer o meu corpo é que me apercebi que havia algo de errado com as minhas pernas. Até que me deram a notícia que tinha ficado paraplégico. Tive paraplegia imediata após o acidente. O choque ao receber a notícia foi muito grande como toda a gente deve imaginar, mas ainda hoje não sei de onde veio a força que tive para enfrentar tudo isto, pois afinal no dia seguinte estava a dar alguma força a familiares. Foram muitos dias de luta nos cuidados intensivos, melhorava de dia para dia com a força de vontade que ainda hoje tenho e com os enfermeiros, auxiliares e médicos excelentes que apanhei. Em duas semanas levaram-me para a enfermaria, onde não faltou o apoio de todas e mais algumas pessoas próximas, eram amigos, colegas, família, vizinhos, conhecidos… Uma surpresa enorme ao ver tanto apoio. E foi aqui que reparei que o mundo não tinha acabado, que o que eu tinha de mais importante isso eu não tinha perdido. Depois de mês e meio na enfermaria, tive alta do H. S. João. Encarar o mundo cá fora não é fácil depois de uma situação destas. Tive algum tempo em casa tentando levar as coisas da melhor maneira possível até que foi internado no Centro de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), onde aprendi e me adaptei de novo à minha independência, a passagem pelo centro de Alcoitão ajudou-me também a olhar a vida de outra maneira, porque nem sempre acordava com disposição de me olhar e encarar uma cadeira de rodas. Os dias foram passando e as coisas melhorando, com o passar do tempo senti-me livre, independente e útil de novo, porque afinal só me desloco de maneira diferente, antes caminhava e agora ando sob-rodas.
Este inesperado acidente obrigou-me a recomeçar tudo de novo, afinal em 18Anos já tinha muitos objectivos concretizados, foi como se volta-se aos meus 15Anos e agora ter de começar tudo de novo. Ainda mais complicado as coisas se tornam quando não há ajudas da parte da Segurança Social por ter sido um acidente de viação e um Seguro que até a data não se responsabilizou nem disponibilizou a ajudar. Sei que esta situação não é fácil em idade nenhuma mas aos 19Anos é muito maus, mesmo muito. É como se me tivessem posto abaixo uma casa que tinha construído, é um sentimento de revolta que ultrapasso todos os dias, afinal tenho 19Anos e como oiço muitas vezes “Uma vida pela frente”. Desistir também não é solução em situação alguma, estar fechado em casa não resolve nada, e porquê? Quando há tanta coisa bonita cá fora para ver e viver. O que digo a todas as pessoas é que recomeçar é difícil, mas desistir não é solução. E agradeço todos os dias à minha família e amigos, porque sem eles não seria possível eu encarar a vida desta forma.
A vida continua…

Avanca, 28 de Janeiro de 2009


Carlos T. Pinho

Um pequeno vídeo depois do acidente

Leiria 4-10-2009

Leiria 4-10-2009

Desfile Alcoitão - Empresário cria roupa adaptada para deficientes

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